Mais de 4,5 milhões de negros foram trazidos da África, como escravos, durante o período do Brasil Colônia, e usados como moeda de troca por produtos nacionais como o pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro e café. No sul, a ausência de atividades econômicas de exportação significativas reduziu a presença escrava, que teve um desenvolvimento com a cultura local menos acentuado que o registrado em centros como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Os negros foram utilizados em trabalhos domésticos nas cidades, como carregadores durante o Ciclo da Erva Mate no Paraná, e como peões nas charqueadas do Rio Grande do Sul e nas armações baleeiras de Santa Catarina. Em troca de alforria, também serviram como linha de frente do Exército Imperial, durante conflitos como a Guerra do Paraguai e a Revolução Farroupilha.
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Embora dispersa e menos numerosa que no restante do país, a presença negra deixou sua marca na cultura sulina. Se hoje em dia 86% da população da região tem origem européia, em 1767, por exemplo, metade da população de Curitiba era constituída de escravos negros e mulatos. Apesar do predomínio atual das culturas trazidas pelos europeus, a dança do fandango e o tradicional prato do barreado no Paraná, os rituais folclóricos do boi-de-mamão em Santa Catarina e os 60 mil terreiros de religiões afro-brasileiras no Rio Grande do Sul – recorde nacional – são fortes exemplos da importância da influência negra na cultura do Sul do Brasil.
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